História

A casa do Ver-o-Peso foi instituída, no século XVIII, como mesa fiscal, onde eram pagos os impostos dos gêneros trazidos para a sede das capitanias. As canoas se refugiavam na ampla doca aberta por onde desaguava o extenso Igarapé do Piri e acredita-se que a casa do Ver-o-Peso ficava nas proximidades da Rua da Cadeia, no desenbocadouro do Largo do Palácio fazendo frente para o canal, entre as atuais ruas 15 de Novembro e João Alfredo.


1839 - A cidade estava abalada pela guerra civil da Cabanagem, mas, mesmo em estado precário, continuava a funcionar no mesmo local, cobrando impostos para a Câmara. Em outubro deste ano, a repartição do Ver-o-Peso foi extinguida e a casa foi então destinada para a Ribeira de peixe fresco.

1847 - Foram então construídos o Mercado de Peixe e o Mercado de Carne que passaram a integrar a paisagem das docas. O Mercado do Ver-o-Peso, que ficou conhecido como Mercado de Ferro começou a ser construído em 1899 segundo proposta dos engenheiros Bento Miranda e Raymundo Vianna. A estrutura, toda de ferro, foi trazida da Europa, a cobertura principal é em telha tipo "Marselha" e as torres art-noveau possuem cobertura em escamas de zinco, sistema "Vieille-Montagne". O Mercado de Carne é conhecido também como Mercado Municipal ou Mercado Bolonha. A edificação foi feita pelo engenheiro Francisco Bolonha. Externamente é de alvenaria e com pátio interno com imponente estrutura metálica. É composto de quatro corpos iguais e autônomos onde se localizam as lojas, separadas por duas vias que se cruzam. Dispõe de um pequeno pavilhão e um mirante circular.

Fazem parte do conjunto tombado, o Boulevard Castilho França e a Praça D.Pedro II. O Boulevard Castilho França é formado por sobrados conjugados com casas comerciais no térreo. Alguns sobrados são revestidos por azulejos. A Praça D. Pedro II possui três monumentos tombados; o Palacete Azul, o Palácio do Governo e a Casa do Barão de Guajará. Se incluem também a Av. Portugal que, tendo início no Mercado Bolonha, apresenta sucessão de sobrados de conservação variada; a Rua Marquês de Pombal, que lhe faz face um casario quase intacto; e a Praça do Relógio com a vegetação que se liga ao arvoredo da Praça D.Pedro II.

1969 - Primeiro pedido de tombamento feito por Ernesto Cruz. Em 1977, o pedido foi refeito.

1977 -  Somente em 77 o Complexo Ver-o-Peso foi tomabado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Registro
Livro HistóricoInscrição: 460    Data: 9/11/1977

Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico

Inscrição: 069    Data: 9/11/1977

Livro de Belas Artes

Inscrição: 525    Data: 9/11/1977

Nº Processo:0812-T-69 


2008 - O Complexo Ver-o-Peso foi selecionado, por mais de meio milhão de internautas, como uma das Sete Maravilhas Brasileiras.

2010 - Em 27 de março, o complexo Ver-o-Peso completou 383 anos com aproximadamente 5 mil trabalhadores e mais de 1.250 barracas. Estima-se que circulem pela feira cerca de 50 mil pessoas por dia.



Fotos: Carol Peres / Foto PB - autor desconhecido / Internet
** Fonte: IPHAN